Esta habitação unifamiliar, em Caminha, tira partido do declive moderado do terreno numa ocupação harmoniosa de carácter horizontal.

O desnível de quatro metros permite dar um carácter semi-privado a duas distintas áreas exteriores: a piscina e o campo de jogos.

A área destinada ao campo de jogos foi a única terraplanada.

As áreas sociais e as quatro suítes situadas no núcleo central têm acesso directo ao exterior, enquanto as áreas de serviço, garagem e acessos são distribuídas pelos demais volumes que convergem neste.

Há uma relação directa entre o interior e o exterior através do espaço espaço de transição coberto e dos vão amplos.

A volumetria, resultante da união de três volumes, funde-se com a paisagem graças a uma despretensiosa cobertura plana.

O terreno foi ligeiramente modelado para facilitar o acessos ao espaços interiores.

Em contraste com a transparência da fachada voltada para a piscina, as demais são maioritariamente fechadas e com aberturas contidas que proporcionam pequenos momentos visuais.

O edifício de habitação multi-familiar foi recuperado e possui agora oito apartamentos divididos por uma cave, rés-do-chão, um piso e aproveitamento de vão da cobertura irregular.

A fachada principal, para o Largo da Lapa, é a original, maioritariamente revestida por azulejo hidráulico. As regras geométricas, proporção e alinhamentos verticais de todos os vãos assim como a varanda a eixo por cima do vão de entrada principal são característicos do estilo arquitectónico.

A caixilharia, em madeira lacada a cinzento, e agora com um desenho ligeiramente simplificado tenta manter-se fiel à original. As guardas de ferro das varandas, foram recuperadas na sua totalidade e pintadas a cinzento.

A fachada posterior foi mantida em grande parte. Esta possui regras de proporção entre vãos, quebrada apenas por uma marquise no rés-do-chão e a cave.

O avanço existente no rés do chão é reconstruído com sistemas construtivos modernos, mantendo o revestimento pré-existente, melhorando a caixilharia de madeira agora lacada a cinzento. A construção de uma escada de acesso ao logradouro oferece um acesso independente ao logradouro privado através das áreas sociais.

As escadarias ainda evocam o pré-existente através das guardas originais restauradas, o revestimento de madeira de pinho, a carpete vermelho velho que cobre ¾ da largura, os ferros de fixação da carpete nos mesmo tom envelhecido dos candelabros de teto.

As guardas originais foram restauradas e pintadas de branco, tirando partido das formas e texturas.

A carpete vermelha das escadas prolonga-se pelos corredores evidenciando o carácter longitudinal entrecortado apenas por elementos estruturais do edifício.

O interior de uma das paredes originais é restaurado e deixado à vista criando uma riqueza visual que emoldura este espaço de passagem.

Um elegante medalhão em estuque encima a caixa de escadas, trazendo uma rica referência do edifício original.

Os apartamentos são invadidos pela luz natural através de generosos janelões, agora com caixilharias contemporâneas mas que se enquadram discretamente com as portadas e guardas de ferros semelhantes às originais.

A cozinha funde-se cromaticamente com as paredes apesar da discreta textura da bancada e do metalizado dos electrodomésticos.

O grande móvel de cozinha serve também como divisão do espaço.

Os dois janelões gémeos abrem para o muro de suporte do lado oposto, proporcionando um agradável contraste de texturas com os agora simplificados gradeamentos e caixilharia.

Em alguns dos apartamentos, a cozinha é mais compacta delimitando visualmente o seu espaço.

Pequenos recantos são redesenhados para a optimização do espaço, mas sempre incorporando características do edifício original como as tomadas peculiares.

A estreita escada interior do duplex é singela e discreta, apenas com as linha visíveis da estrutura do edifício a interromper as paredes brancas.

Uma(s) cozinha(s) possuem uma funcional garrafeira integrada no móvel que adiciona um elemento visual modular que o torna mais rico em termos de textura.

Uma nova porta de vidro integrada no vão de pedra pré-existente, não só traz luz natural para o quarto como também deixa antever o início do logradouro.

A mesma transparência é utilizada no piso superior, com a porta para a escada exterior e as janelas até ao teto. O revestimento do pavimento com um padrão geométrico que simula a terceira dimensão, contrasta com o desenho depurado do corredor e os aros das portas na pedra original – agora limpa.

A transição do edifício para o logradouro é feita por uma plataforma de madeira simulando um plano que dobra e se ergue para formar o muro, numa continuidade visual quebrada apenas pela cor.

A combinação de madeira maciça e aço domina os elementos estruturais como na laje apoiada na vigas à vista que é rematada por aço na mesma cor das caixilharias dos três generosos janelões.

O contraste de sólido e opaco com transparente e delicado é ainda mais evidente do ângulo oposto de onde se pode observar a guarda de vidro do mezzanino apoiado na viga de aço.

A escada do duplex, com uma dupla função de estante, tira proveito das suas características funcionais através de um detalhe lúdico que joga com o contraste entre a madeira da parte com dupla função e a chapa metálica dos últimos degraus, criando uma separação visual entre a escada e a laje.

O mezzanino é iluminado naturalmente pelos janelões do piso inferior graças à parede de vidro que o delimita, evitando assim a sensação de espaço pequeno.

As portas alongadas aproveitando toda a altura evidenciam o pé-direito generoso.

Apesar do mezzanino permitir olhar sobre o piso inferior, a privacidade dos dois espaços é mantida, apenas sendo possível ver uma estreita faixa do outro espaço que passa quase despercebida devido à justaposição com a vista para o exterior.

Para quem usa a escada, a divisão de materiais é a ainda mais aparente marcando claramente não só a torção mas também a mudança de piso.

Ocasionalmente, as cozinhas são espaços delimitados mas nunca fechados.

Contudo estas mantêm uma certa transparência devido ao facto da estante/escada ser composta por vãos abertos por alguma luz natural superior.

Os apartamentos possuem generosos janelões que enchem a sala de luz.

Pequenas clarabóias trazem luz adicional às divisões do aproveitamento do vão de cobertura.

As clarabóias iluminam locais estratégicos que de outro modo necessitariam luz artificial.

As cozinhas, mesmo quando compactas e delimitadas, são desenhadas para otimização do espaço de arrumação.

A simetria das fachadas reflecte-se no interior através da generosas janelas.

Um dos apartamentos possui uma cozinha compacta ao estilo móvel único, aberto para a sala. Esta serve também de parede divisória apoiando a escada para o piso superior.

O piso superior, ao contrários dos outros, não possuindo qualquer vão para iluminação que não uma pequena clarabóia, continua a dar a sensação de espaço amplo graças à anexação visual da escada.

Este edifício de habitação multi-familiar foi reformulado para acomodar cinco apartamentos (quatro T2 e um T3). A fachada para a rua acentua o carácter estreito do lote com a sua verticalidade, contudo distingue-se das demais pelo jogo dinâmico de cheios e vazios. Esta será em betão pintado de branco em máximo contraste com os caixilhos negros.

As varandas gozam de alguma privacidade em relação à rua, e, são acessíveis tanto pela sala como por um dos quartos (suíte).

Detalhe do alçado posterior, mais contido que a fachada.

O edifício de quatro pisos, ainda em fase de renovação, vai comportar quatro modernos apartamentos que possuem luz natural na maioria das divisões. Da preexistência, vai ser mantida apenas a fachada original com azulejo pintado e parte da estrutura construtiva.

Projecto de ampliação e alteração para moradia, constituída por dois volumes de rés-do-chão e primeiro, mantendo a estrutura preexistente.

Os elementos estruturais que se encontravam em bom estado de conservação foram mantidos. Como tal, só a fachada nordeste foi demolida.

O carácter rural e reservado do local foi preservado.

As áreas de estar e lazer da habitação são articuladas de modo a tirar partido as características específicas do terreno e da topografia do local.

A volumetria respeita a caracterização da fachada com uma fenestração simples que permite uma relação interior/exterior tanto em termos de circulação como de relação visual com a envolvente rural.

Os vãos respeitam a preexistência, assim como a hierarquia e função dos espaços.

Vista interior da sala de estar depois de renovada e com a privilegiada relação com o exterior.

Detalhe da volumetria simples da entrada.

Detalhe do encontro dos dois volumes que proporciona um pequeno momento visual.

Vista nocturna da área de lazer, com a envolvente de fundo.

Visualização 3D da sala de estar vista do exterior, em fase de estudo.

Visualização 3D da sala de estar em fase de estudo.

Vista aérea da envolvente com a intervenção.

O piso -1 é composto apenas por um escritório e instalação sanitária, mando assim alguma separação com outras as áreas da habitação.

O rés-do-chão comporta todo o restante programa funcional desta habitação unifamiliar T2.

A cobertura da ampliação é plana ajardinada.

Alçados.

Cortes longitudinais.

Cortes transversais.

O 7g Roaster, situado na segunda linha do Cais de Gaia, é o resultado de um processo de reabilitação de dois armazéns e uma ruína. Por detrás das antigas fachadas, encontram-se um café de especialidade e sete apartamentos de alojamento local, distribuídos por um bloco que envolve uma acolhedora praça privada por onde é feita a entrada. Esta praça estabelece a principal relação do edifício com a cidade.

A cobertura demolida é replicada pela pérgola que enriquece a pequena praça privada, especialmente criada para abrigar eventos, para a qual se expande o roaster.

Esta relação horizontal directa do espaço contrasta com o carácter mais cénico e quase lúdico das fachadas envidraçadas dos pisos superiores, nas quais vãos generosos permitem aos hóspedes desfrutar das vistas sem deixar de usufruir da desejada privacidade proporcionada por portadas de madeira móveis.

A praça em si, delimitada pela fachada original, por um jardim vertical e pelo roaster, proporciona um espaço comum a todo o programa assim como condições de uso e conforto visual aos apartamentos dos pisos superiores.

A horizontalidade conferida pela madeira seja na cofragem do betão aparente seja nas paredes exteriores, conduz rapidamente os hóspedes para a entradas privadas.

Réguas de madeira horizontais são aplicadas nas entradas conferindo-lhes um carácter robusto. Quando fechadas, estas combinadas com as paredes sólidas de betão criam um agradável elemento de surpresa que torna as grandes janelas que enchem os apartamentos de luz inesperadas.

O edifício, de geometria e materialização simples resultante de paralelismos à volumetria da pré-existência, mantém visível o carácter original do seu inicial ao mesmo tempo que se assume como uma intervenção de linhas contemporâneas integrada em continuidade nesta área de Gaia de carácter histórico.

A fachada para a Rua do França é mantida com o novo volume discretamente recuado em relação a esta, enquanto que na Rua Guilherme Gomes Fernandes o edifício já surge com linhas claras sobre o pórtico existente, colmatando as empenas.

As fachadas caiadas de branco interrompem naturalmente a envolvente tipicamente cinzenta, sobressaindo na paisagem nocturna como se possuíssem iluminação própria.

A iluminação pretende acentuar as linhas do edifício, fundindo-se nas formas deste. Neste caso a horizontalidade do longo corredor exterior.

A praça ganha um charme diferente de noite graças aos cilindros baixos com uma luz quente perto das mesas exteriores.

No interior de todo o piso térreo, as antigas paredes de pedra agora limpas são intencionalmente deixadas à vista. Os materiais de eleição tanto no exterior como no interior são o betão, o ferro/alumínio e a madeira. O espaço do café é amplo, tendo como peça principal e central o torrador de café.

O balcão de serviço bem como o volume da cozinha e instalações sanitárias encontram-se agrupados e próximo do novo plano de fachada, na cor preta de forma a expôr ao máximo as paredes originais em pedra.

Quando aberto para a praça, o Roaster vê enfatizado o seu carácter industrial, ao mesmo tempo dando uma vida própria a praça que passa a ser invadida pelo burburinho do funcionamento e o cheiro do café recém-torrado.

A frescura e diversidade das plantas no jardim vertical interrompem agradavelmente e de modo inesperado o cinzento do Cais de Gaia.

O edifício do 7g Roaster é um recanto pacífico mesmo ao virar da esquina da sempre movimentada marginal, logo os hóspedes podem desfrutar da tranquilidade e silêncio sem perder de vista passeio ribeirinho.

Numa cidade portuária e conhecida pelas suas inúmeras pontes, o cruzamento de pessoas e as ligações são indissociáveis da experiência. Por isso, um dos duplex oferece um recanto de relaxamento que para dois com a vista mais privilegiada sobre o rio.

Nos quartos, um canto de leitura com uma confortável cadeira-baloiço e uma luz direccionada convida a desfrutar de um momento de relaxamento.

Num dos apartamentos, uma pequena e acolhedora varanda com vista para a praça oferece o local ideal para o pequeno-almoço ou para um cálice de vinho do Porto depois do jantar.

Outro recanto de paragem é criado estrategicamente perto do elevador para os visitantes que querem aproveitar a vista enquanto esperam.

Os apartamentos a sul são compostos por um piso principal open-space com cozinha e sala de estar, ficando o quarto de dormir num piso superior mezzanino.

Os móveis desenhados especialmente para o 7g Roaster seguem a linha industrial-chic do roaster, no entanto procuram criar pequenos recantos acolhedores que convidam ao descanso.

A decoração é minimalista com as paredes pontualmente invadidas por interpretações gráficas, em vinil recortado, de elementos icónicos da cidade, sejam estes arquitectura, natureza, literatura ou outros. Pequenos conjuntos de quadros contam a história do local e prestam homenagem a criadores locais, enquanto na cozinha se podem encontrar receitas regionais mas também um kit educacional de preparação de café que convida a conhecer o produto da casa.

O interior dos apartamentos a norte é dividido em dois espaços tirando partido do carácter estreito do edifício e otimizando as relações visuais com o exterior.

Estes dois espaços são ligados por um longo corredor onde o carácter lúdico do edifício atinge o auge. A longa parede é decorada com peças móveis, inspiradas na calçada portuguesa e nos azulejo azul, com as quais os hóspedes podem criar o seu próprio mural.